A epilepsia afeta milhões de indivíduos globalmente, e a identificação de anormalidades estruturais é fundamental para auxiliar no diagnóstico da síndrome epiléptica, orientar o tratamento, e eventualmente, fazer inferências acerca do prognóstico.

A RNM de rotina nem sempre é otimizada para esse fim. Ela é muito importante na situação específica de uma primeira crise, para diagnosticar ou descartar a possibilidade de uma lesão causal mais grave, tais como tumores ou acidentes vasculares cerebrais. Entretanto, a investigação de pacientes com epilepsia, principalmente em casos mais refratários, demanda uma abordagem mais específica.

O estudo direcionado aumenta o índice de detecção de lesões, identifica desvios da normalidade anatômica, e juntamente com informações clínicas, permite inferências acerca do mecanismo fisiopatológico, resultando em maior compreensão do quadro clínico de cada paciente. 

Literatura – Evidências

O sucesso na detecção de lesões tem estreita relação com o treinamento específico do neuroradiologista, a utilização de protocolos de aquisição adequados, e o emprego de ferramentas de processamento gráfico.

Profissionais especializados em epilepsia aumentam em 37% a detecção de lesões epileptogênicas em ressonâncias magnéticas convencionais e melhoram a identificação de displasias corticais em 52% dos casos comparado à análise geral (1).

Barkovich relatou que o uso de protocolos específicos aumentaram a taxa de detecção de lesões em até 30% em comparação com exames padrão (2). 

Resultados igualmente positivos foram obtidos  através da quantificação de volumes hipocampais e mensuração das alterações de sinal, prevendo a resposta ao tratamento cirúrgico com maior precisão (3).


A combinação de PET e RM realizados por  especialistas e protocolos direcionados aumentaram a detecção de displasias corticais focais em até 50% dos casos resistentes (4). 

Além disso, reconstruções 3D e MPR foram cruciais para localizar zonas epileptogênicas com precisão milimétrica, reduzindo riscos em procedimentos invasivos (5)